O Jesus terreno e o Cristo extraterrestre


Por Paulo Brabo


O primeiro capítulo do livro de Atos dos Apóstolos narra uma das separações mais dramáticas da história, a ascensão de Jesus ao céu diante dos olhos marejados e perplexos de seus discípulos. A cena inspirou artistas plásticos e poetas ao longo de dois milênios; no que me diz respeito sua encarnação mais notável é a seqüência final de E.T., o Extraterrestre (Steven Spielberg, 1982), em que Elliott e seus familiares, embalados por uma fantástica brisa sublunar e pela trilha sonora espetacular de John Williams, observam a nave de E.T. desaparecer no céu estrelado deixando um rastro que é um arco-íris quase horizontal.

Steven Spielberg já deixou muito claro que E.T. não deve voltar à terra numa continuação, e esperemos que fale sério; Jesus, ao contrário, assegurou aos seus fãs que retornaria. Quando se leva em conta que Atos é uma Parte 2, uma declarada continuação do evangelho de Lucas, deve ficar claro que trata-se de uma continuação cuja dramaticidade é imediatamente prejudicada pela ausência do protagonista da Parte 1. É como se Spielberg resolvesse filmar uma continuação de E.T. em que o próprio E.T. não aparecesse na tela em momento algum. Poderia ser até um grande filme, mas muita gente sairia do cinema sentindo-se traída; a expectativa de um fã/seguidor é ver a tela cheia com o rosto familiar do protagonista – ou contar pelo menos com o consolo de saber que seu nome não está sendo usado em vão numa continuação que nada tem a ver com ele.

O momento mais importante da narrativa é portanto este, o da seminal cisão na experiência da humanidade com Jesus. “E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos.” Terminara visivelmente a era do Jesus terreno e começava uma inconcebível outra, em que o Filho do Homem angariaria uma nova fama e um novo nome. Os protagonistas do livro de Atos teriam de conviver, pela primeira vez, com a idéia e com as implicações de um Cristo extraterrestre.

Em termos históricos, o Jesus terreno é o indomável rabi de pés empoeirados que contava histórias cheias de ironia, bebia com agiotas e tinha os pés massageados por prostitutas. É o homem que desdobrava bem-aventuranças, dizia que os pecadores são gente mais notável do que os carolas e ensinava que para serem dignos de Deus (“filhos de Deus”, ele dizia) seus seguidores deveriam amar os seus inimigos e emprestar sem esperar receber de volta. O homem muito real que comia, chorava, abraçava, dormia, pedia água, sangrava e morreu.

O Cristo extraterrestre é o Jesus ressurreto e coroado de glória, ausente em pessoa porque está presente no céu, sentado no lugar de absoluta honra à direita de Deus. É o Jesus dos hinos de Paulo, o Adão que deu certo, o irmão mais velho de uma nova e afortunada geração, o admirável Senhor em quem reside, vertiginosamente, “toda a plenitude”. É o Verbo cósmico de volta ao seio da divindade; é o Messias sofredor em sua nova carreira de Rei da Glória. O Cristo extraterrestre é o Jesus de todas as teologias tradicionais: o grande Salvador, o grande Senhor, o grande e terrível Unigênito de Deus. É o interventor que intercede constantemente em favor da justiça, o Filho que merece a admiração incessante do Pai (e portanto do universo), o juiz que aguarda impaciente o momento de retribuir, o derramador de graça em nome de quem são feitas todas as orações. É um homem espiritual, e os teólogos não estão certos sobre se restam em seu corpo espiritual cicatrizes da terra.

A partir deste ponto, como veremos, a narrativa de Atos (e na verdade todo o restante do Novo Testamento) só terá aparentemente olhos e ouvidos para o Jesus extraterrestre, o Cristo ressurreto. Se digo “aparentemente” é porque espero que quando os testemunhos forem devidamente ouvidos não seja realmente assim. Se o Jesus terreno era o sujeito notável que penso que era, deve ser possível encontrar traços de sua radioatividade nas aventuras posteriores dos seguidores do Cristo extraterrestre.

Porém, neste momento da nossa própria narrativa pessoal, estabelecer a distinção entre o Jesus terreno e o Cristo extraterrestre pode ser relevante por mais de um motivo.

Em primeiro lugar, analisar essa distinção é importante porque, embora o Cristo extraterrestre esteja longe de ser unanimidade, o Jesus terreno conta com a admiração de praticamente todo mundo. Ateus, agnósticos, muçulmanos, hindus, judeus e ideólogos de todas as estirpes, mesmo quando demonstram repugnância diante da história da igreja ou da idéia da divindade de Cristo, estarão em grande parte dispostos a admitir a singularidade e a relevância do Jesus terreno. Mesmo quem recusa-se com convicção a ajoelhar-se diante do Deus Filho acaba dobrando-se voluntariamente diante do Filho do Homem.

É incrível reconhecer que o Jesus da narrativa dos evangelhos, o Jesus anterior a qualquer teologia, angariou irresistivelmente (e continua angariando) a admiração de gente que não via nada de particularmente admirável no cristianismo institucional. Agnósticos convictos como H. G. Wells, salvadores da humanidade como Gandhi, miseráveis como Tolstoi, teimosos como Nietzsche e pensadores radicais como Wilhelm Reich – todos esses críticos empedernidos do cristianismo – deixaram singelo testemunho de sua admiração pelo Jesus dos evangelhos: alguns ao ponto de se considerarem seguidores dele.

Vê-se portanto, que a cisão entre o Jesus da terra e o do céu deixou uma fratura histórica que ziguezagueou obedientemente até a nossa porta. A rachadura ainda divide o mundo. Grosso modo, os cristãos sentem repugnância pelo mundo e atração pelo Cristo extraterrestre; o mundo sente atração pelo Jesus terreno e repugnância pelos cristãos.

O que me interessa em especial é determinar por que os cristãos, historicamente falando, abraçaram com convicção o Jesus “espiritual” da teologia e relegaram a um distante segundo plano o Jesus de carne e osso e suas impensáveis exigências. Parte da resposta, obviamente, acabo de dar.

Essa obsessão dos cristãos com o Cristo extraterrestre é o segundo motivo pelo qual creio que a questão precisa ser resolvida ou pelo menos adequadamente equacionada. Quando e de que modo ficou determinada a “vitória” final do Cristo ressurreto sobre o Jesus de carne?

Que sua vitória foi esmagadora não espero que ninguém ouse negar. Quando pensam em Jesus – dizendo melhor, quando pensam num Jesus relevante para o momento presente – os cristãos pensam inevitavelmente no Cristo extraterrestre. É diante dele que despejam suas súplicas e suas reclamações; é sua companhia que almejam e seu conforto que esperam; é a ele que adoram e é no seu esplendor que entrevêem a glória do próprio Deus. É sua voz que esperam ouvir.

O Jesus de carne e osso dos evangelhos (sua postura, sua companhia, suas ironias, suas lealdades) é visto secretamente como manifestação embaraçosa do insondável senso de humor divino. Ao mesmo tempo esse Jesus terreno é publicamente respeitado como honroso precursor, um segundo João Batista cuja função era preparar o terreno para a chegada do novo e aprimorado Jesus da glória. O rabi da Galiléia é visto como um ponto provisório do trajeto, não o Caminho em si.

Devidamente orientados pelos que interpretaram a narrativa para nós, os cristãos aprenderam a não procurar Jesus na terra. Procuramo-lo incessantemente no céu, que é o seu ambiente.

Como fulcro desse escândalo todo, o testemunho do livro de Atos deve ser considerado importante, talvez vital. Aqui estão as vozes e as vidas da única geração para a qual esses dois adversários, o Jesus terreno e o Cristo extraterrestre, eram uma mesma e espantosa pessoa. Esses seus seguidores, que tinham ouvido do Jesus terreno que não se pode servir a dois senhores, teriam que determinar em pouco tempo sobre quem deitariam as suas lealdades.

E a primeira voz divina que ouviram, enquanto ainda olhavam assombrados para a nuvem que ocultara deles o seu Jesus, explicou-lhes que Jesus não deveria ser procurado no céu.

Criticar e pensar !

 
por William V. F. Lima

Antes de falar sobre criticar tem alguns tipos de "criticadores" (posso chamar assim? xD) que eu gostaria de compartilhar:

Mórbidos: É o tipo de pessoa que só sabe criticar, mesmo quando não há nenhum motivo pra criticar ela o faz por esporte :D
Respondões: Mal a pessoa começa a falar e ela já tem uma justificativa na ponta da língua
Hipócritas: Na frente dos outros fala “Não podemos criticar porque é pecado!”, por trás critica que é uma beleza...
Sinceros: Por mais que tente segurar acaba falando o que realmente pensa e criticas acabam saindo naturalmente ^^
Mansos: Faz uma critica aqui outra ali, mas sempre de leve pra que a outra pessoa não tente revidar e lhe encha de críticas...

Bom, existem outros tipos que você também deve conhecer, mas o fato é que muitas vezes nós pegamos um pouco de cada tipo e juntamos em um só; Queremos criticar, mas não queremos ouvir críticas...  Mas pensando nisso, se não queremos receber críticas então não devemos criticar não é mesmo? Mas como vamos crescer se sempre tudo está bom e ninguém nunca fala nada, pensem com seríamos sem nosso senso crítico. Exemplo:

Imagine-se numa situação onde o seu filho(a) lhe pergunta “- Papai (ou Mamãe xD) o que você acha do fulano de tal que traiu sua esposa?”
Obviamente não estou falando de fofocas é só um exemplo onde realmente o fulano de tal pulou a cerca. O que você responderia a ele(a)?

Podemos pensar em várias coisas como “ele vai pro inferno”, ou mesmo “Que grande infeliz ela era uma boa pessoa”, mas primeiro devemos pensar que tipo de crítica vamos fazer; Se não gostamos daquela pessoa provavelmente seríamos tendenciosos e já rasgaríamos o verbo dizendo ”-Eu sabia, não falei pra too mundo que ele não prestava?”, mas pensemos; Isso ajudaria em alguma coisa? Então o seu filho aprenderia que toda vez que alguém faz algo de errado ele(a) deveria rasgar o verbo e falar o que lhe viesse a cabeça primeiro sem nem pensar? Isso seria ruim, pois no momento em que ele errasse também receberia da mesma forma e talvez não suportasse a situação...

Mas poderíamos também ser indiferentes: “Não vou falar nada porque não quero julgar”. Agora sim vemos um pensamento bastante conhecido, a maioria esmagadora de pessoas que pronunciam frases parecidas a essa tem embasamento no texto de Mateus onde Jesus fala “Não julgueis pois serás julgados”.  O maior problema é que muitos de nós usamos erroneamente este texto e nos tornamos extremamente tolerantes e é exatamente isso que Deus não quer... Tem um artigo muito bem escrito no “A Espada do Espírito” que recomento a todos que leiam: “O Que a Bíblia Realmente Ensina Sobre Julgar os Outros” .

Não vou analisar o texto e sim utilizar este exemplo para mostrar que a extrema tolerância nos torna indiferente. Como educar um filho(a) se nem mesmo você tem uma posição sobre determinados assuntos? Como poder aconselhar um amigo(a) sem ter uma posição definida? A indiferença só nos faria estagnar nossas vidas numa exaltação a nosso ego, afinal se ninguém te critica é porque tudo está bom não é mesmo? Rsrs.
Mas a posição que eu tenho e desejo compartilhar com todos que lerem este artigo é esta:
Se quisermos criticar devemos pensar bem antes de fazer isto, devemos pensar como falar daquela pessoa ou grupo de pessoas ou mesmo como falar a elas pessoalmente...

E nunca é tarde pra lembrar que devemos amar ao próximo como a si mesmo, temos que falar com amor e não por um simples desejo de alfinetar alguém. Se vamos criticar que o façamos com o total intuito de ajudar e não fazer o criticado tropeçar...

Antes de criticar devemos saber ouvir criticar e também usar elas para crescer, claro que muitas críticas só virão com o objetivo de te deixar pra baixo com a intenção de te fazer tropeçar, mas outras virão com o objetivo de te fazer crescer... Como discernir isso? Apenas pensando e fazendo uma reflexão de sua vida.
Muitas vezes pedimos a Deus que nos ajude a ver os erros que cometemos, mas não vemos, porém ao recebermos uma crítica exatamente do que erro que cometemos, já tratamos de revidar e fechar nossas mentes, esquecendo que pedimos à Deus várias vezes em nossas vidas! Se você pede a Deus algo sempre esteja pronto para provações, ninguém disse que negar a si mesmo e seguir a Cristo seria algo fácil, muito pelo contrário!

Se você sabe ouvir as críticas então saberá criticar, obviamente que muitas pessoas podem entender sua crítica como uma ofensa, mas sempre antes de ir para a “batalha” nós devemos consultar a Deus se ele aprova ou não nossa posição sobre o assunto. Se deixarmos Deus decidir mais do que nós não tropeçaríamos tanto!

 Finalizando criticar é algo difícil para quem tem o desejo de amar, mas não podemos deixar de fazê-lo se queremos crescer e ajudar os outros a crescer também, afinal, se você vê alguém indo em direção do penhasco convicto de que não irá cair, você não o alertaria do perigo?

Pense nisso ;) Comente e não deixe de criticar rsrs