Revolução Já!

A reforma não acabou!




Há 492 anos o monge Martinho Lutero afixou suas 95 teses na porta do Castelo de Wittenberg, na Alemanha. Faz quase cinco séculos que homens como João Calvino, Felipe Melanchton e Zwínglio, expuseram suas vidas por causa do evangelho. Porém, aquele que diz que a reforma protestante é obra acabada, é no mínimo, insensato. É claro que não dá para negar que aconteceu no século XVI foi o começo de algo maravilhoso, um despertar para doutrinas inegociáveis, verdades inalienáveis, uma revolução iniciada pelo Espírito que imbuiu os homens de coragem, mas convenhamos: foi apenas um começo.

A história humana atesta que os protestantes, que tanto se opuseram à violência física e teológica do clero católico, também usaram desta violência para manter a ordem religiosa e pia da Genebra calvinista. Em menor grau, é verdade, mas eles também fizeram. Vemos, portanto, que apesar de todo esforço e zelo, muitos destes protestantes ainda eram católicos em suas atitudes. A censura que fazemos aos evangélicos contemporâneos pode, em maior ou menor grau, ser aplicada também aos filhos da reforma: eles eram “protestantes de alma católica”. Sobejou-lhes ortodoxia e zelo; faltou-lhes, muitas vezes, o conhecimento menos teórico da Graça e do amor de Deus.

Caio Fábio, criticado por uns como louco e herege, reverenciado por outros como revolucionário, escreveu recentemente um artigo no qual apresenta 15 teses para a igreja contemporânea. Grosso modo, creio que ele foi feliz em suas colocações. Assim como ele, também creio que a reforma (ou regeneração, como ele chama) não é apenas um marco na história, e sim um ato contínuo, um trabalhar constante de Deus na alma humana. Reforma é a interação de Deus na história; aliás, penso que ela transcende a própria história: Reforma é heilsgeschichte, como diria Oscar Cullman. Reforma é movimento, é vida! Ecclesia reformata et sempre reformanda est...

O cristianismo tem perdido a identidade. Cada vez mais ele se transforma numa coisa amorfa, uma estrutura alienígena (e alienante), um credo simbiótico e sincrético que tudo mistura e a todos confunde. Ele é como um trem desgovernado, e cabe a nós assumirmos a “máquina” e trazê-la de volta aos trilhos.

O cristianismo precisa ser regenerado. Como movimento organizado, ele já morreu; portanto, precisa ser ressuscitado. Como organismo, no entanto, ele ainda existe em algumas igrejas locais, bem como no coração daqueles que abraçam uma fé pura, sem barganhas, sem xamanismo, sem negociatas com o todo poderoso.

Já é tempo de que se levantem, na esfera virtual e no mundo real, homens e mulheres que levem a sério a vocação eterna e soberana que receberam de Deus e se voltem para Ele e sua Palavra, confrontando por meio dela, toda religiosidade apócrifa contemporânea.

E
u aceito esse desafio. E você?... !Viva la Revolución!



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Autor: Leonardo Gonçalves, editor do Púlpito Cristão

1 comentários:

Renatim disse...

Viva la revolucion!